Em todas as universidades, início de ano letivo é sinônimo de entrada de novos alunos, e na UFRRJ a recepção dos calouros, ano após ano, se tornou uma tradição.
O número de estudantes vem aumentando substancialmente devido ao boom instaurado na área de Humanas, após a criação de novos cursos no biênio 2009-2010, consequencia do Programa de Expansão e Reestruturação das Universidades Federais (Reuni).
Como são cursos recentes, a maioria dos alunos antigos (oriundos das primeiras turmas em seus respectivos cursos) tiveram sua primeira experiência como veteranos, mas de acordo com os próprios calouros, deram conta do recado.
– Eu esperava o temido “Trote”, mas não foi o que aconteceu. As atividades foram importantes para integrar nossa turma e criar vínculos importantes entre calouros e veteranos – afirma Naysa Almeida, paulista de Campinas, 17 anos, caloura de Comunicação Social.
E a preocupação com a estrutura das novas graduações na Universidade, não intimidou os novos alunos.
– O curso está em fase de experimentação. É uma honra participar da construção de um curso que virá a formar centenas de jornalistas nos próximos anos. Acho que essa construção ocorre de forma democrática e pouco hierárquica na Rural – afirma Jéssica de Oliveira, 18, Nova Iguaçu, caloura de Comunicação Social. Sua colega de turma Naysa concorda com ela ao dizer que “esta é uma oportunidade de ajudar a construir a história da Comunicação na UFRRJ.”
Por terem sido implementadas recentemente, a maioria das graduações tiveram seus corpos docentes formados num período relativamente próximo do início efetivo das aulas. Nada que tenha ou esteja comprometendo o nível das mesmas. Até pelo fato dos candidatos aos novos cursos de graduação, hoje professores da UFRRJ, serem, quase na totalidade dos corpos docentes, doutores nas suas respectivas áreas de atuação e profissionais de indiscutível mérito.
– Eu sempre vi no curso Letras a oportunidade de me enriquecer tanto curricularmente quanto culturalmente. Os professores buscam a essência dos alunos. Fazem-nos descobrir nossos pontos fortes e os fracos, fazendo com que consigamos obter um maior rendimento. Mesmo após o término das aulas, ficamos refletindo sobre o assunto – diz Dayana Vinna, 18, Nova Iguaçu, caloura de Letras.
Este diferencial e a qualidade dos docentes são confirmadas por Phelype Gonçalves, 19, de Realengo, calouro de Comunicação.
– Os professores são muito bons e nos instigam a ficar dentro de sala para ouvir o que têm a dizer. Fico muito satisfeito com isso. O diploma para ser jornalista não é mais exigido e, mesmo assim, o curso (de Jornalismo) foi um dos mais procurados no vestibular – afirma, citando a polêmica queda do diploma, decidida em 2009 pelo STF. Curiosamente, o curso de Comunicação Social na UFRRJ foi um dos mais concorridos nas inscrições feitas pelo SiSu.
Também curiosamente, a maioria dos alunos sempre comenta o tempo que levou para, enfim, descobrir sua vocação ou a carreira que lhes era mais compatível. Outros, entretanto, foram descobertos.
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Jéssica de Oliveira |
– Há cerca de três anos, fui convidada para participar do projeto Jovem Repórter. Ele tinha o objetivo de registrar fatos, através de matérias para o blog “Minha Rua Tem História”. Certa vez, cobri um evento e fui chamada para continuar neste projeto. E cá estou hoje, cursando Jornalismo – relata Jéssica.
É notório que a expansão na grade acadêmica da UFRRJ aumentou as chances de alunos moradores da Baixada Fluminense e da Zona Oeste iniciarem uma graduação, já que antes os cursos só eram disponibilizados, nas instituições públicas, no Grande Rio e em Niterói.
Esta nova implementação aumenta a acessibilidade e inclusão de jovens oriundos destas áreas, como Hallison Passos, 18, calouro de Relações Internacionais, que mora em Bangu.
Felizmente, a única preocupação dos novos calouros tem sido a adaptação com as aulas, as diversas leituras acadêmicas e a futura transição para o Pavilhão de Aulas Teóricas, prédio em construção que abrigará grande parte dos novos cursos da área de Humanas.